O autocuidado convoca o indivíduo para uma postura pró-ativa sobre si mesmo, pois já está evidente que se não imprimirmos alguma resistência aos modos de viver capitalistas, nossa energia vital será impiedosamente drenada pelo trabalho, pelas telas e pelas dívidas.
Fundamentado nesse princípio, este manual contém algumas hipóteses acerca das causas macropolíticas que compõem o corpo esgotado, o corpo sedentário, o corpo distraído e o corpo carente que nos habita no contexto globalizado-digitalizado das grandes cidades.
Acompanhando cada hipótese, listamos breves práticas de autocuidado que poderão nos auxiliar a desobedecer aos ditames sensoriais do capitalismo para recobrarmos, ainda que ínfima e temporariamente, a própria vitalidade, a fim de transmutar nossa angústia em êxtase, nosso ódio em perspicácia, nossa exaustão em teimosia, nosso medo em audácia, nosso sofrimento em sabedoria e nossa desesperança, insurreição.
Como descansar o indescansável?